domingo, 2 de junho de 2013

Poemas do poeta simbolista Cruz e Sousa


Antífona
Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
De luares, de neves, de neblinas!...
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
Incensos dos turíbulos das aras...

Formas do Amor, constelarmante puras,
De Virgens e de Santas vaporosas...
Brilhos errantes, mádidas frescuras
E dolências de lírios e de rosas ...

Indefiníveis músicas supremas,
Harmonias da Cor e do Perfume...
Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,
Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...

Visões, salmos e cânticos serenos,
Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes...
Dormências de volúpicos venenos
Sutis e suaves, mórbidos, radiantes ...


Infinitos espíritos dispersos,
Inefáveis, edênicos, aéreos,
Fecundai o Mistério destes versos
Com a chama ideal de todos os mistérios.

Do Sonho as mais azuis diafaneidades
Que fuljam, que na Estrofe se levantem
E as emoções, todas as castidades
Da alma do Verso, pelos versos cantem.

Que o pólen de ouro dos mais finos astros
Fecunde e inflame a rima clara e ardente...
Que brilhe a correção dos alabastros
Sonoramente, luminosamente.

Forças originais, essência, graça
De carnes de mulher, delicadezas...
Todo esse eflúvio que por ondas passa
Do Éter nas róseas e áureas correntezas...

Cristais diluídos de clarões alacres,
Desejos, vibrações, ânsias, alentos
Fulvas vitórias, triunfamentos acres,
Os mais estranhos estremecimentos...


Flores negras do tédio e flores vagas
De
amores vãos, tantálicos, doentios...
Fundas vermelhidões de velhas chagas
Em sangue, abertas, escorrendo em rios...
Tudo! vivo e nervoso e quente e forte,
Nos turbilhões quiméricos do Sonho,
Passe, cantando, ante o perfil medonho
E o tropel cabalístico da Morte...




Acrobata da Dor 
 
 
Gargalha, ri, num riso de tormenta,
como um palhaço, que desengonçado,
nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
de uma ironia e de uma dor violenta.

Da gargalhada atroz, sanguinolenta,
agita os guizos, e convulsionado
salta, gavroche, salta clown, varado
pelo estertor dessa agonia lenta ...

Pedem-se bis e um bis não se despreza!
Vamos! retesa os
músculos, retesa
nessas macabras piruetas d'aço...

E embora caias sobre o chão, fremente,
afogado em teu sangue estuoso e quente,
ri! Coração, tristíssimo palhaço.

12 comentários:

  1. Estudar todos os poemas simbolista de um dos principais autores do simbolismo Cruz e Sousa, pois pode cair na prova.
    VANESSA CARVALHO 3° B.

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  2. o poema Acrobata da Dor em forma de soneto apresenta características, preocupações formal de Cruz e Souza que o aproxima inclusive dos parnasianos: a utilização de um vocabulário requintado e erudito, a força das imagens na poesia bem como a forma de lapidar antecipam a nobreza destes versos bem sugestivos bem ao gosto simbolista.
    Érica Sampaio 3°B.

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  3. Poemas bem interessantes em que leva o leitor a utilização da sua imaginação, utilizando-se os ouvidos e a visão caracterizados nos poemas em formas de palavras , como simples coisas concretas e as mais abstratas formas e desejos repassados nos poemas.

    - Esly Salmos 3°B

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  4. Ao ler o poema somos tomados pelos sentimentos que é expresso pelo eu lírico. Isso nos desperta uma certa inquietação de pensamentos.

    Mailson Pereira 3ª B

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  5. O poema de Cruz e Souza destaca algumas aliterações, metaforas, culto a noite pessimismo a morte e muito drama
    Kaique Bastos 3A

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  6. é meio complicado viu , tem hora q eu entendo tem hora q não .. tem q ter bastante estudo msm ! Deus mim ajude amanha , rsrs'
    Joice Medeiros 3º B

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  7. Os dois poemas são maravilhosos, porque leva ao leitor a uma grande imaginação tentando entender a forma que o eu lírico se expressa, e isso acaba despertando um interesse pelos poemas de Cruz e Sousa.
    Licia Cristina 3º B

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  8. A linguagem dos poema de Cruz e Sousa, herdada do Parnasianismo, é requintada, porém criativa, na medida em que dá ênfase à musicalidade dos versos por intermédio da exploração dos aspectos sonoros dos vocábulos 3A.

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  9. Este comentário foi removido pelo autor.

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  11. Eu gostei dos poemas de Cruz e Souza porque nela predomina o que ele sofreu no decorrer da sua vida,e esses poemas e fácil de interpretar,somente é um pouco difícil na hora da sonoridade de aliteraçao e assonancia....JEFERSON BRITO 3'B

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  12. Aqui pra nós, eu n sou muito fã de poemas não, mas os simbolistas até q são legais, eles são como eu, sempre tentando fantasiar e fugir um pouco da realidade, o que me atrapalha é linguagem, algumas palavras que não sei o significado. como: volúpicos(1º poema); eflúvio(1ºpoema); guizos (2º poema); estuoso(2º poema). O legal do simbolismo é que ele é Bastante complexo, porem suas características(Musicalidade, Figuras sonoras e de, linguagens) se estudadas não passam despercebidas nas análises poéticas. (Rayara Santos 3º a vesp.)

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